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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ORGULHO DE SER PT

Outro dado interessante do Ibope é sobre a preferência partidárias dos eleitores brasileiros. O PT é disparado, com 27%, o preferido. Entende-se então o apelo à militância que Dilma Rousseff fez nos últimos dias. Trata-se de um apelo que o PSDB e José Serra teriam dificuldade para fazer, pois apenas 5% dos eleitores dizem preferir a sigla tucana. E só 3% afirmam preferir o PV, de Marina Silva. Eis os dados:

O MAPA DOS VOTOS




Ibope: refluxo de 'onda vermelha' apenas em áreas ricas

O Ibope mostra que o refluxo da “onda vermelha” ocorreu apenas em áreas mais ricas do Sudeste e Sul do país: um corredor que começa em Porto Alegre, segue pelas serras gaúcha e catarinense, corta o Paraná de norte a sul, entra pelo interior paulista, passa pelos bairros ricos da capital, e chega ao vale do Paraíba.
No mapa nacional de intenção de voto do Ibope, Dilma Rousseff (PT) ganha, agora, em 82% das 255 áreas. Na consolidação anterior, a petista vencia em 86%. Aumentaram o número de empates técnicos (de 15 para 22) e as áreas onde José Serra (PSDB) é o mais votado: de 20 para 23.
O Ibope reúne nessas áreas municípios próximos ou, no caso das metrópoles, faz divisões internas, juntando bairros com perfil socioeconômico semelhante.
O mapa é uma consolidação de 27 pesquisas estaduais do instituto feitas ao longo de setembro, principalmente nos últimos 10 dias.
Em comparação ao mapa anterior, entraram nesta edição novas sondagens feitas em Estados de várias regiões do país, como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Distrito Federal, entre outros.
A porção pintada de vermelho do mapa representa as áreas onde a intenção de voto em Dilma é no mínimo 5 pontos porcentuais maior do que a de Serra. Nas áreas azuis, ocorre o oposto. As partes cinzas indicam empate técnico entre os dois candidatos.

NOVA PESQUISA IBOPE


CNI/Ibope – Dilma 50%, Serra 27%, Marina 13%

Pesquisa CNI/Ibope divulgada há pouco em Brasília mostra que a 4 dias das eleições a candidata Dilma (PT) tem 50%, Serra (PSDB) 27% e Marina (PV) 13% das intenções dos votos.
Os demais candidatos não atingiram 1% . Votos brancos/nulos, não sabem, ou não responderam representam 8%.
Em comparação com a última pesquisa CNI/Ibope, divulgada em junho, Dilma subiu 12% e Marina 6%. Serra foi o único a registrar queda (5%).
Na pesquisa espontânea (em que não é indicado o nome do candidato), Dilma tem 44% contra 21% de Serra e 10% de Marina.  Branco/ nulo, não sabem ou não responderam representam 23%.
Na espontânea, Lula foi citado por 1% dos entrevistados.
Serra é o que tem o maior índice de rejeição. Segundo o levantamento, 34% dos entrevistados disseram que não votariam nele.
Nesse quesito, Marina tem 28% de rejeição e Dilma 27%.
Em um cenário de segundo turno, Dilma aparece com 55% contra 32% de Serra.
Em uma possível disputa entre Dilma e Marina, a candidata do PT tem 56% e a do PV 29%.
Quanto ao partido de preferência dos eleitores, o PT aparece na frente citado por 27% dos entrevistados, seguido pelo PMDB e PSDB com 5%, cada um.
Aqueles que não têm preferência por partido representam 48%.
A pesquisa foi aplicada entre os dias 25 a 27 de setembro. Foram feitas 3010 entrevistas em 191 municípios.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A DANÇA DAS PESQUISAS: MARCOS COIMBRA

Marcos Coimbra, do Vox Populi, não conseguiu identificar as tendências que o Instituto Datafolha diz ter percebido no eleitorado.
O Vox Populi tem uma enorme quantidade de tracking (pesquisas rápidas diárias) e pesquisas em diversos estados.
Para o iG/Band, sua pesquisa buscar 500 novos pesquisados diariamente. Para partidos políticos, 3 mil. Faz tracking em Minas, São Paulo, Paraná, Santa Catarina.
Nenhuma de suas pesquisas apontou as tendências divulgadas pelo Datafolha.
Nele, há uma queda discreta de Dilma, Serra se estabilizando no patamar de 28% e Marina subindo.
Nas pesquisas do Vox, não se observou nenhuma tendência de queda de Dilma – que nunca fica abaixo de 49%. Em geral, oscila entre 49 ae 51%. Serra permanece na faixa de 20 a 25% - no momento está em 22%.
Se descontar os 12 a 14% de Marina, sobram de 10 a 12 pontos para Dilma vencer no primeiro turno.
A única tendência nova detectada é de um leve crescimento da Marina, mas restrito aos grandes centros do sudeste.

Coimbra explica que uma pesquisa apenas não pode se pretender identificar o todo. As análises precisam ser feitas em cima do conjunto de pesquisas de todos os institutos. Mas o Datafolha continua considerando seus dados os únicos capazes de refletir a realidade.
Coimbra lembra que nessas eleições, durante todo o tempo o Datafolha correu atrás dos demais institutos. Jamais conseguiu antecipar uma tendência sequer. Seria surpresa se conseguisse agora. 

BASTIDORES DAS PESQUISAS

A dança das pesquisas

No QG da campanha de Dilma Rousseff, em Brasília, não se conseguiu entender a pesquisa Datafolha divulgada hoje pela Folha e pelo Estadão. Pela pesquisa, haveria possibilidade de dar segundo turno, já que a diferença entre Dilma Rousseff e a soma dos demais candidatos estaria dentro da margem de erro.
Pelo tracking da campanha, Dilma mantém diferença de 30 pontos em relação a Serra e de 17 pontos em relação ao conjunto de candidatos. Acredita-se que, em uma pesquisa ampla essa diferença poderá cair um pouco, mas não de forma significativa.
Além disso, o tracking identifica mudanças de tendência muito mais rapidamente que as pesquisas tradicionais. E, no caso do tracking da campanha de Dilma e do PT, nada disso ocorreu.
Nos bastidores do debate da TV Record, assessores de Serra já anunciava pesquisas dando segundo turno – antes que houvesse a totalização do Datafolha. E o jornal fez questão de repartir o "furo" com o Estadão.
Além disso, haverá nova pesquisa na quinta-feira, todas devidamente divulgadas pelo Jornal Nacional.
Não se descarta liminarmente a possibilidade de uma nova onda, que teria sido captada pelo Datafolha antes de todos os demais. De fato, até agora nenhum dos institutos – Ibope, Vox e Sensus – captaram esse movimento. Se o Datafolha acertar, será surpresa. Afinal, foi o último instituto a detectar o avanço de Dilma. E isso com dois meses de atraso em relação aos demais institutos. 

VOX POPULI: NÚMEROS SÃO MUITO DIFERENTES



Há 28 dias o Tracking diário da Vox Populi mostra que a Dilma continua no mesmo lugar.

Essa posição lhe garante uma vitória no primeiro turno. 

O Tracking de hoje da Vox Populi, clique aqui para ler, tem uma mudança irrelevante: o Serra ganhou um ponto e Bláblárina Silva perdeu um ponto.

Ou seja, a “onde verde” tem a consistência do discurso da Bláblárina contra Darwin e a pesquisa com células-tronco.

Clique aqui para ler “por que a Globo trocou o jenio pela Bláblárina”.

O Tracking da Vox Populi ouve 500 pessoas diferentes por dia.

A Vox Populi, supõe-se, que faça outras pesquisas para partidos com amostras maiores e outras pesquisas em alguns Estados cruciais com amostras também diferentes. 

Portanto, como o Marcos Coimbra, responsável pela Vox, é um profissional respeitado de estrutura intelectual que dá de 10 a 0 nos congêneres do Datafalha e do Globope, se houvesse discrepância entre as diferentes pesquisas ele não divulgaria o Tracking.

O problema é que no Brasil, antes da Ley de Medios, é possível o jornal nacional é possível divulgar o Globope e o Datafalha e omitir a Vox e a Sensus, ambas de Minas, a terra da Inconfidência. 

Clique aqui para ler como o Datafalha preparou uma pesquisa para o Ali Kamel usar hoje à noite.

Só o Ali Kamel e uma testemunha bomba, como o sequestrador do Abílio Diniz aparecer com a camisa da Dilma, poderá alterar essa eleição.

Nem o Ali Kamel, o mais poderoso jornalistas que jamais trabalhou na Globo, conseguirá manipular uma eleição que tem como marionetes o jenio e a Bláblárina Silva.

Com esses dois, nem o Ali Kamel multiplica os pães.

Paulo Henrique Amorim

EXPECTATIVA

Caros companheiros e companheiras,

Vamos aguardar as próximas pesquisas, que são mais confiáveis. No Tracking da VOX/IG/Band, tudo normal, só uma leve queda de Dilma. Nada que leve as eleições para o segundo turno. 

A BALA DE PRATA !

Leitor sugere que Datafolha é a verdadeira bala de prata

Sobre a pesquisa Datafolha que derruba Dilma para 51% dos votos válidos:
do leitor Thiago
Esta pesquisa datafolha tem a intenção nítida de aumentar a audiência do debate da Globo. Se a semana começasse com a eleição definida, quem assistiria ao debate? Isso é nítido. Criou-se um clima de decisão de campeonato para despertar o interesse do povo.
Nota do Viomundo: Pesquisas internas do PT revelam em relação ao Datafolha uma  diferença de 8 pontos (em favor de Dilma Rousseff)  nos votos válidos. É o que diz José Eduardo Dutra, presidente nacional do partido, em  mensagem  no twitter:  “Não brigo com números de pesquisas. Dia 3 é o tirateima. Vamos à luta !”

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

NOBLAT: DILMA VAI GANHAR. ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS



O Jornalista Ricardo Noblat, do O Globo e grande crítico do Governo Lula, em uma de suas postagens de ontem dia 27/09, deixa escapar o sentimento que ele tem sobre as eleições, e diz " DROGA DE CAMPANHA, ESTA." Critica Dilma ( como faz todos os dias ), Serra ( suavemente ) e Marina. Discorre sobre a performace dos três principais candidatos a presidente, lembra que Dilma pode ganhar já no domingo: " É O QUE DE FATO, POR ORA ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS " e termina de forma magistral : " EM SEIS DIAS TUDO PODE ACONTECER, INCLUSIVE NADA. O MAIS POSSÍVEL É QUE NADA ACONTEÇA ".

Como assim, ele quer que aconteça algo. Pois bem, vai acontecer. Dilma será a primeira mulher presidenta do Brasil. Quer mais !!!

Chora Noblat !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!




Em seis dias tudo pode acontecer – inclusive nada. O mais provável é que nada aconteça

OVERDOSE DE PESQUISAS

Semana terá tracking Vox Populi e mais 6 pesquisas presidenciais

Esta semana terá mais pesquisas sobre a corrida presidencial do que qualquer outra até agora. Além do tracking diário do Vox Populi, haverá pelo menos seis sondagens, das quais cinco já foram registradas no TSE.

Por José Roberto de Toledo, no blog Vox Publica

As entrevistas da primeira, do Datafolha, serão feitas todas nesta segunda. O resultado deve ser divulgado na edição da Folha de S.Paulo de terça-feira.

Na quarta, véspera do debate dos presidenciáveis na TV Globo, devem ser divulgadas duas sondagens: Ibope/CNI e Datafolha/Globo. A coleta dos dados do Ibope termina nesta terça, e a do Datafolha, na própria quarta.

Na quinta, deve ser divulgada pesquisa CNT/Sensus, cuja coleta está prevista para terminar na terça-feira. Talvez a divulgação seja antecipada em um dia.

O Ibope já registrou pesquisa para ser divulgada na véspera da eleição. O campo deverá ser feito na sexta e no sábado, depois do debate dos presidenciáveis na TV Globo.

O Datafolha ainda não registrou a sua, mas certamente o fará, para divulgar também na véspera da eleição.

A única dúvida é se o Vox Populi registrará também pesquisa de véspera do pleito. O mais provável é que sim.

Além das presidenciais, estão previstas novas rodadas de pesquisas sobre sucessão estadual em quase todas as unidades da Federação, por Ibope, Datafolha e outros institutos.

TÁ CHEGANDO A HORA !

Serra tem seis dias para tirar 5 milhões de votos de Dilma

O candidato tucano, José Serra, fez neste domingo, durante debate na Record, o primeiro grande esforço de comunicação em busca de um segundo turno. Começou tarde.

Por Christina Lemos, em seu blog

Faltando agora seis dias para a ida às urnas, a Serra e aos demais adversários da petista, vai caber a hercúlea tarefa de tirar-lhe cerca de cinco milhões de votos, para que tenham a chance de disputar por cerca de mais um mês a vaga da Presidência da República. Isso equivale a virar os votos de pouco menos da metade dos cariocas, ou um Espírito Santo e uma Paraíba somados.

Ninguém compreendeu, muito menos os petistas, a razão que levou Serra a mudar radicalmente de estratégia e poupar Dilma de ataques diretos, relacionados ao campo da ética, durante praticamente todo o debate. A tarefa acabou nas mãos de Plínio e Marina. "Sinceramente, não entendi nada. Serra abriu o debate perguntando a Plínio sobre política externa. Essa não dá para entender!", comentou o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ao final do evento.

O cálculo tucano levou em conta o "esgotamento" dos ataques contra a petista, envolvendo principalmente os escândalos da Receita e da Casa Civil, que acabaram revertendo mais votos a Marina do que a Serra. O próprio candidato considerou que era hora de virar o disco e retomar a apresentação de propostas.

Pelo andar da carruagem eleitoral, daqui a uma semana, os brasileiros já terão um novo presidente e, salvo ocorra um improvável maremoto político, será uma presidenta – como Dilma preferirá ser chamada. Juntamente com ela, serão eleitos já em primeiro turno, pelos menos 14 governadores aliados, além de uma Câmara e um Senado folgadamente governistas.

A oposição verá seu espaço de influência ser drasticamente encolhido. Embora se prepare para governar dois dos mais importantes estados da federeção, São Paulo e Minas – cenário que também determinará a ascensão de Alckmin e Aécio como líderes oposicionistas da nova fase, com a saída de cena de José Serra.

Encerrado em processo eleitoral de 2010, os dois primeiros são as novas estrelas em disputa para o próximo confronto, o de 2014 – mas esta é uma história que a oposição ainda precisará escrever, passando por mais um provável mandato petista de governo, e com Lula no banco de reserva.

domingo, 26 de setembro de 2010

SERÁ ?


Gilson Caroni: Marina, a segunda morte de Chico Mendes

Marina Silva e as novas florestas
por Gilson Caroni
O verdadeiro mestre não é somente o professor que sabe dar a aula com a lição na ponta da língua – é, sobretudo, aquele que sabe fazer discípulos. Quanto ao discípulo, é este mais do que o aluno que aproveita a lição na sala de aula. Na verdade, corresponde ao prolongamento do mestre, retendo-lhe o fascínio pelo resto da vida, como se o saber do professor continuasse a acompanhá-lo além do curso, alongando-lhe a presença.
Cortejada pela grande imprensa como possibilidade de levar a eleição para o segundo turno, Marina parece bailar nas decisões hamletianas: faz que vai e volta do meio para trás como cantilena do Grande Sertão. Já não convida mais seu coração para dar batalha. Quando está madura a oportunidade de colocar o Brasil na trilha das aspirações populares, a “cabocla de tantas malárias e alergias” coloca-se como linha auxiliar de uma elite desprovida de projeto de consenso para o país.
Rifando sua biografia, tergiversa sobre questões caras ao campo democrático-popular do qual, até bem pouco tempo, foi militante expressiva. A mulher que apostava na organização do povo como único agente capaz de resolver seus próprios problemas, elegendo suas prioridades e lutando para atingi-las, deu lugar a uma “celebridade” que, pretextando buscar um novo espaço político, reproduz o discurso dos editoriais reacionários. Deixou de dar valor ao partido político, ao sindicato, aos movimentos populacionais, às ações associativas. Esqueceu que são essas as instâncias capazes de superar um modo de vida que não corresponde às expectativas reais dos seres humanos de verdade.
Sua candidatura busca cobrir um vazio que não existe. Hoje, todos reconhecem que o crescimento econômico deve ser visto como condição necessária, mas não suficiente, do desenvolvimento social. O governo petista criou as condições políticas para o surgimento de uma nação que efetivamente combate a miséria e a pobreza extremas, implementando princípios econômicos que aumentaram a oferta de emprego e a remuneração condigna de trabalho.
Há oito anos, a visão progressista contempla valores ambientais imprescindíveis à saúde e ao bem-estar do ser humano, não isentando, como muitos querem crer, as elites regiamente capitalizadas nos tempos do consórcio demo-tucano. Sendo assim, onde estaria a novidade, e até mesmo a necessidade da agenda de Marina Silva?
Equilíbrio ambiental e desenvolvimento sustentável são elementos indispensáveis ao futuro do país. Exigem do movimento ecológico uma reformulação radical que o torne matriz de uma nova esquerda. A Amazônia é um exemplo. Seu desmatamento é obra conjunta de latifundiários, grandes empresários e empresas mineradoras. São os inimigos a serem confrontados prontamente. É essa a perspectiva da “doce” Marina e seus aliados recentes?
Quando em entrevista a uma revista semanal, a ex-ministra do Meio Ambiente disse: “tenho um sentimento que mistura gratidão e perda em relação ao PT. Sair do partido foi, para mim, um processo muito doloroso. Perdi quase 3 quilos. Foi difícil explicar até para meus filhos. No álbum de fotografias, cada um deles está sempre com uma estrelinha do partido. É como se eu tivesse dividido uma casa por muito tempo com um grupo de pessoas que me deram muitas alegrias e alguns constrangimentos. Mudei de casa, mas continuo na mesma rua, na mesma vizinhança“. Marina  mistura oportunismo e desorientação espacial.
A senadora do PV sabe que, uma vez derrubada, a floresta não se recompõe. Que tipo de “empates” se propõe travar com as alianças escolhidas? O partido que a convidou para bailar sobrevive de parcerias antagônicas a sua antiga história de combatividade, coerência e superação. Como nas matas degradadas, a política tem fios de navalha onde tudo perde a cor e dificilmente se refaz. A rua e a vizinhança são decorrências geográficas de escolhas caras. No caso de Marina, tudo mudou.
Chico Mendes reafirmava que “se descesse um enviado dos Céus e me garantisse que minha morte iria fortalecer nossa luta, até que valeria a pena. Mas a experiência nos ensina o contrário. Então eu quero viver”.
Por sua discípula isso está cada vez mais improvável

sábado, 25 de setembro de 2010

TUDO EM CASA

NOVOS NÚMEROS DO IBOPE

Clique na imagem para melhor vizualização

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

UM POUCO DE HUMOR EM TEMPOS DE GUERRA ELEITORAL

" CABEÇA FRIA E CORAÇÃO QUENTE "



Rio de Janeiro – O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, criticou na noite de terça-feira (21) posições assumidas recentemente pelo candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra. Prevendo uma reta final de campanha com ânimos exaltados, ele pediu ainda tranquilidade aos militantes para a reta final da disputa. Dutra participou no Rio de Janeiro de um ato de apoio à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, promovido por ativistas ligados à cultura.
"Neste período, nós precisaremos ter muita cabeça fria e muito coração quente", disse. "Nós temos visto já algumas manifestações do que nos espera nesses próximos doze dias: todo o tipo de manipulação, todo o tipo de criação de factóides, todo o tipo de calúnia", prefetizou.








quinta-feira, 23 de setembro de 2010

LEONARDO BOFF DEFENDE LULA E DILMA

Leonardo Boff: A mídia comete sim abusos ao atacar Lula e Dilma


O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de ideias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.

Por Leonardo Boff


Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o "silêncio obsequioso" pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o "Brasil Nunca Mais", onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.


Esta história de vida me avalisa fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de ideias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.

Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando veem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como "famiglia" mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos de O Estado de São Paulo, de A Folha de São Paulo, de O Globo, da revistaVeja, na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem desse povo. Mais que informar e fornecer material para a discusão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.

Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido a mais alta autoridade do país, ao Presidente Lula. Nele veem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.

Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.

Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma), "a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes, nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo -Jeca Tatu-; negou seus direitos; arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação; conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)".

Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascedente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidente de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.

Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados, de onde vem Lula, e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e para "fazedores de cabeça" do povo. Quando Lula afirmou que "a opinião pública somos nós", frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.

O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.

Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas, importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.

O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, ao fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, que faz questão de não ver; protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra, mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.

O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e, no fundo, retrógrado e velhista; ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes?

Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das más vontades deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.

Fonte: Adital